15 agosto 2006

Agora é Comigo!

Tava devendo um (breve, please!) comentário sobre 'gaúchos'. Vou aproveitar e fazer outros 'breves' comentários sobre outras coisas.
  • Não tenho nada contra gaúchos. Quase nada. Só acho que eles ganham da gente (dos mineiros) no quesito 'bairrismo'. De goleada! Acho que todo mundo já viu a história daquele locutor, então vou pular;
  • Alguém aí viu o Eymael no debate? Não perdeu muita coisa. Mas garanto que ele só 'defendeu' duas coisas: 1) Eymael; 2) Sou gaúcho!; A frase "Agora é Comigo" é o bordão dele pra eleição. Vc já viu outros gaúchos agindo assim, não?;
  • Guardadas as devidas proporções (das intenções), o Eymael é um Felipão. Ou o Felipão é um Eymael, não importa. Não altera o produto. Um produto chamado "Paternalismo";
  • Tem jogador que adora um paizão. Mas tem muito jogador que não gosta e não entende um 'professor' paizão. Quando o técnico tá com moral ele corta esses jogadores. Quando não...
  • Agora, futebolisticamente falando, há tempos não vejo um técnico gaúcho que implemente alguma coisa que não seja 'raça' (fruto da postura do professor 'paizão');
  • Dunga tem jeito de 'paizão'? Vish... com sobras. Será um 'paizão'? Ou vai agregar alguma coisa? Já já a gente fica sabendo.

  • Inter x São Paulo: o resultado no Morumbi foi uma surpresa. Mas nem tanto, né? Os dois times são a mesmíssima coisa. Empatam nos três T's: Tática, Talento e Torcida. Ops.. peraí: a Torcida gaúcha é um pouco mais... 'raçuda'. Mas não foi ela que fez a diferença no Morumba, né?
  • Quem fez diferença no Morumba foi o (des)preparo psicológico do Josué. A péssima noite do Danilo. E a sorte do Sóbis, que é quase tão bom quanto o vai-não-vai Ricardo Oliveira.
  • Vamos ver um jogão amanhã. Não escrevo meu palpite pra não secar.

  • Pq desde a Copa, salvo algumas exceções, tudo q eu faço aqui é secar. Mengo, onde tá tu?
  • Até o Mequinha de Minas, que tava 100%, começou a perder depois q eu elogiei aqui. Ainda bem q colocaram a culpa nas viagens de ônibus...
  • Só meu Timão(zinho) eu não seco. Não carece.
  • Ainda mais agora que arrumou o mais bravo dos 'paizões', aquele que tem juba e tudo. Quer saber? Deve funcionar. A molecada tava abusando...
  • E o Leão já chegou no seu melhor estilo: "Agora é Comigo!"; já vai dirigir o time no jogo contra o Flu amanhã;
  • Barrou o Carioca; provocou Tevez; escalou Carlos Alberto e Roger no meio de campo...
  • Quer saber? Deve funcionar.



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04 agosto 2006

Era na Fan Fest que rolava a bagunça na Alemanha!

Em cada uma das sedes da copa, além de sediar evidentemente os jogos cada uma delas tinha também uma área dedicada a festa do torcedores, ou seja a “Fan Fest”, para quem não ia ao estádio e queria participar da bagunça, tinha que ir direto para a Fan Fest. Eu conheci a Fan Fest de Berlin que era gigante com a avenida Paulista (da consolação até o Shopping Paulista), em Dortmund tinham duas, uma em uma espécie de ginásio ao lado do estádio e outra no centro da cidade na FriedensPlatz, em Colônia também eram duas, uma na “The Cathedral (DOM)” e outra na Roncalliplatzer. Já em Munique em volta do estádio, depois de passada as catracas de segurança (revista) tinha uma Fan Fest com loja oficial, barracas e jogos.

Veja alguns filmes da bagunça na Fan Fest:

Dança típica Alemã na Fan Fest de Colônia


Dança típica Alemã na Fan Fest de Colônia II


Competição de torcidas no estádio de Munique


E na torcida Brasileira em Dortmund tinha que ter um Pagode


Ainda tem mais!

Anderson

02 agosto 2006

Três - Seis - Um

Depois de quase 30 dias cuidando d'outras coisas, cá estou de novo para dar meus petelecos na peteca e alguns chutes em algumas tristes tendências observadas na Copa da Alemanha. Seguirei insistindo que o campo ficou pequeno demais para 10 jogadores na linha. Mas sei que se trata d'uma idéia que pode demorar séculos pra vingar. Enquanto isso, a gente tem que saber lidar com as regras atuais e, mais do que isso, tentar driblar as tristes tendências.

E qual é a mais comovente de todas as tristes tendências? A extinção do ataque e a consequente super-lotação do meio-de-campo. As duas finalistas, Itália e França, eram praticantes inveteradas do esquema 3-6-1. Céus... na época de ouro tínhamos 4 ou 5 jogadores de ataque. A era romântica tatuada em minha memória tinha 3 na linha de frente. Do final dos anos 80 para cá tivemos que nos contentar com 2. Agora só resta 1! Sei que parecerei ingênuo, mas se o grande objetivo do jogo é o gol, pq tá todo mundo reduzindo suas próprias possibilidades de vitória?

A resposta óbvia: medo de perder. Mesmo quando a Fifa valorizou a vitória, dando-lhe 3 pontos e não mais 2, ela não conseguiu reverter a tendência do cagaço. Mesmo quando o empate empurra as equipes para dramáticas prorrogações ou cobranças de pênaltis, raramente vemos um pingo de coragem e ousadia. Aliás, Alemanha X Itália só é considerado o melhor jogo da última Copa pq o técnico italiano ousou. Temendo os pênaltis e as artimanhas do Lehmann, lançou 3 atacantes contra a forte, alta e desengonçada defesa alemã. Levou a vaga com méritos. Mas, logo no momento seguinte, voltou com seu esquema amarelo (de covarde). Levou a Copa mas, e daí?

Agora, com a retomada do brasileirão, a tendência se concretiza. Palmeiras, Flamengo e mais alguns times estão adotando descaradamente os maus exemplos que viram na Alemanha. Mas estão funcionando!, vc diria. Sim, muito bem por sinal. O verde vem de 4 vitórias consecutivas. O Mengão levou a Copa do Brasil. Ou seja: podemos esperar mais e mais times eliminando uma vaguinha lá na frente. Que tristeza...

... Passível de revisão. Vejamos: fiquei curioso com o Ipatinga só no campeonato mineiro deste ano (ele foi campeão em 2005). Assisti alguns jogos, inclusive os 2 que eliminaram (que alegria!) o Luxa. A mobilidade do time e sua gana (natural) de atacar o tempo todo foi o que mais me chamou a atenção. Quem é o técnico mesmo? Ney Franco, funcionário do Cruzeiro e com currículo de principiante. Resolvi prestar atenção, mas mineiramente desconfiado. Minas tem mania de inventar falsas promessas, como Levir(ce) Culpi e afins.

Ney Franco assume o Flamengo, no lugar d'um técnico que até tava indo bem. Junto com ele seguiu o quarteto inteligente do Ipatinga (Minhoca, Leo, Diego e Paulinho). Aí fica fácil, vc diria. Sim, desde que ele pudesse contar com esses jogadores. Não foi o caso na Copa do Brasil. Ele tinha que se virar com o Mengo antigo, aquele mesmo que beirou a segundona no ano passado. E... quem diria que daquele mato ele tiraria tanto coelho?

Ao invés daquele papinho (gaúcho que se) auto-ajuda (volto ao tema oportunamente), Ney implantou um esquema de jogo. Prático, direto e o mais importante: ofensivo por natureza! Mas, caramba, ali em cima eu não tava dizendo que ele tbém adotou o 3-6-1? Então? Saca só:


Nos dois jogos finais da Copa do Brasil, contra o Vasco, o Ney Franco realmente adotou o 3-6-1. Colocou o Fernando como 3º zagueiro (de mentira - já explico), e só o Luizão no ataque. O gráfico aí de cima poderia ser usado para falar da Itália, por exemplo. Com o Zambrota (Léo Moura) e o Grosso (Juan) livres para apoiar, e um volante habilidoso e inteligente (redundância?) Pirlo (Jônatas) municiando os meias ofensivos, Camoranesi (R.Augusto) e Totti (Renato). Certo?

Quase. E é aí que o Ney Franco me surpreende. Vamos ver um desenho do Flamengo atacando. É mais ou menos assim:


O Ney chega a ter 7 caras atacando ao mesmo tempo. Na Copa, só seleções em momentos de desespero chegaram a tanto. No Flamengo da Copa do Brasil era coisa corriqueira, mesmo no 2º jogo contra o Vasco, quando tinha 3 gols de vantagem. Mas não se trata do sufoco pelo sufoco. Há toques de inteligência que o Renato (outro Gaúcho) não deve ter percebido até hoje:
  • Os dois laterais (ou alas, como queiram) não se limitam a ocupar sua faixa do campo. Em vários momentos (inclusive no gol do 2º jogo), eles vão para o centro, não raro ocupando a metade oposta (o Léo Moura na meia-esquerda, por exemplo).
  • A tendência é que seus marcadores tentem seguí-los, abrindo um espaço que é imediatamente ocupado pelos dois Renatos (meias).
  • A primeira variação (também amplamente utilizada nos dois jogos) sempre começa com o Jônatas, abrindo espaço pelo meio. Os dois meias ofensivos tendem a recuar um pouco, puxando seus marcadores. E se transformando em opções de passe quando o centro não é devidamente desocupado. Vale dizer: este Flamengo não tem nenhum volante "por natureza". E só o Toró joga um pouco mais preso.
  • Outra variação que explora os flancos do campo é a subida de um dos três zagueiros (! Angelim no 1º jogo e o Arroz no 2º). Ele passa nas costas do lateral e chega até a linha de fundo! Uma sacada genial que força o recuo de um atacante... coisa que o Edilson não fez, até pq era a única alternativa de contra-ataque que sobrava para o Vasco.
  • E como foi estranho ver que num dos contra-ataques (raros) do Vasco, o Léo Moura demorou mais de um minuto para voltar para seu campo de defesa. Tranquilo. Pq?
  • Pq há um revezamento entre os 6 que ocupam o meio de campo. O tal 'balanço' parece ser guiado pelo Toró e pelo Fernando (outra grata surpresa nas finais). O Renato que sobra lá atrás tem a única característica que não poderia lhe faltar nesse tipo de esquema: um sangue frio daqueles. Talvez ele leve uns vermelhos no brasileirão, enquanto o Flamengo evolui o esquema. Mas o cara é bom.
  • No gráfico ali de cima eu forcei um pouco a linha reta dos três que sobram no campo de defesa. Mas foi só para ilustrar o sentido de cobertura deles. Que não seria tão eficiente se os caras da frente não dessem o primeiro combate tão logo perdessem a posse de bola. Neste ponto, particularmente neste ponto, a participação do Luisão nos dois jogos foi vital. Mais importante até que sua maestria nas bolas altas.
Concluindo: Ney Franco recupera algo que há tempos o futebol brasileiro não faz. Pega uma boa idéia lá de fora e a reveste com o mais irreverente, criativo e ousado toque tupiniquim. De repente o 3-6-1 em suas mãos vira um 3-4-3, 3-3-4. E agora ele terá Sávio e o quarteto de Ipatinga para escalar. Não é que o Mengo pode voltar a sonhar alto depois de uns 15 anos? Que jóia.




Outra alegria pós-Copa é o 'meu' Mequinha. Buscando a segundona!
Fod@ tá o meu timão. Igualmente buscando a segundona...
Balança mas não cai não. A reação começa sábado... rumo ao penta! hehe

Eu volto em breve, com outras 'leituras' malucas de esquemas táticos (alternativos) e com os comentários sobre a escola gaúcha de técnicos e seu novo rebento: Dunga!
Eu não sabia que dava laranja nos pampas...